domingo, 12 de outubro de 2008

O mistério da Igreja – Sacramento de Cristo celeste.

A morte de Cristo é o nascimento da Igreja. Mas, é Cristo que promove a salvação. Cristo é a dimensão escatológica da qual a Igreja sempre está a espera pela vinda do Senhor. O corpo de Cristo é a Igreja e isso se procede ao mesmo tempo com a “cabeça e Membros” de Cristo. A Igreja se torna a comunidade visível da graça de Deus na obra redentora do Salvador. Cristo ao ser glorificado se torna manifesta a Igreja celeste da qual a todos participam. Por outro lado, com a ascensão de Cristo, o Espírito Santo manifesta a Igreja terrestre entre os homens. Desta forma, a Igreja se torna objeto de salvação e santificação para os homens. Pela Igreja tem-se a manifestação do amor de Deus a todos (um movimento de cima para baixo) e também um serviço a Deus – culto (movimento de baixo para cima). Com efeito, tem-se, para este ultimo movimento, a circunstancia de ministérios que se desenvolvem e de carismas que promovem a comunhão. Assim, percebem-se os instrumentos que contribuem para a promoção do Reino de Deus a todo homem de boa vontade. O sacramento é, de princípio o próprio ato de Cristo inserido na Igreja. O sacramento é ato visível de Cristo na Igreja com salvação. A recepção na fé dos sacramentos é o resultado de um encontro com Deus. Nos atos históricos de Jesus temos um mistério envolvido (todo o mistério da encarnação, paixão, morte de Cristo na Cruz , ressurreição e redenção). Este mistério de presença de Deus na comunidade é o sacramento que sempre se atualiza na história. Tal fato se procede porque Jesus se fez homem; é o homem/Deus que rompe com o tempo e a história porque seus atos são eternos. A vida de Cristo é eternizada através da glorificação. Nos sacramentos tem-se o ato sacrifical, espiritual e corporal de Cristo que agem de modo salutar para a salvação. Na realização dos sacramentos é Cristo que batiza, absolve e se torna presença real na eucaristia. Cristo age na Igreja. O sacramento é a celebração do sacrifício de Cristo que é uma resposta ao dom da graça. Torna-se, então, a segurança da salvação escatológica no Cristo se fez KYRIOS. Cristo se encontra nos sacramentos por ter uma realidade eterna: Homem-Deus, manifestando a graça divina. Não obstante, o sacramento é instrumento de santificação, ou seja, a resposta humana ao ato de Jesus nos sacramentos. O sinal do culto é a manifestação do interior de cada pessoa, isto é, a profissão de fé que cada pessoa manifesta em culto a Deus. Os sacramentos, por assim, dizer tornam-se atos simbólicos que exprimem a fé de uma comunidade religiosa. O ato de culto da Igreja é a comunhão com a graça de Deus que santifica. Nos sacramentos tem a eficácia da graça infalível, pois, Cristo age na santificação do fiel. Essa infalibilidade é expressa pelas palavras EX OPERE OPERATO. É o próprio ato simbólico e ritual da Igreja. A santificação tem a sua eficácia através do rito estabelecido. Esse mistério expresso em realizações humanas de redenção tem como sinal edificante a pessoa de Cristo glorioso que é transmitida pela Igreja na pessoa do Espírito Santo. Desta forma, o sacramento na Igreja tem a graça Trinitária que contempla a eficácia do sacramento[1]. O sacramento é sinal eclesial da fonte da graça de Cristo. Portanto, o ato simbólico da Igreja está impregnado de toda a ação de salvífica de Cristo. A salvação de Cristo se realiza essencialmente no sacramento.



Referencia Bibliográfica
SCHILLEBEECKX,E., Cristo, sacramento do encontro com Deus. Petrópolis, Vozes, 1968.







[1] “...a teologia ensina que, colocado corretamente o sinal exterior, o rito opera a graça por si mesmo ou EX OPERE OPERATO, não podemos esquecer o profundo mistério cristológico e trinitário que por ele professamos... a obra do Senhor sacramentalizada para nós em um ato religioso autenticamente eclesial, o Pai de misericórdia nos comunica a graça pela missão do Espírito de Cristo” (SCHILLEBEECKX,E., Cristo, sacramento do encontro com Deus. Petrópolis, Vozes, 1968, pp80).

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