domingo, 27 de setembro de 2009

3 - Paulo edifica a Igreja proclamando a Boa Nova.

3 - Paulo edifica a Igreja proclamando a Boa Nova.

Paulo se convencera que a edificação das comunidades se realizaria devido à proclamação da Boa Nova de Cristo. A organização das comunidades é o fruto do trabalho árduo do anúncio e motivação da Palavra de Deus a todos[1]. A plenitude da obra de Cristo se realiza, na entrada dos gentios no ceio da Igreja.

A proclamação da Palavra de Deus, a Boa Nova é a ocasião de reunir aqueles que estavam dispersos. Os gentios e toda a comunidade se tornam o remanescente fiel de Israel, na promoção de uma comunidade inserida às ações de Deus, na história da humanidade. É descrito, no livro dos Atos dos Apóstolos, o crescimento da Igreja como a multiplicação e a expansão da Palavra, ou ainda, o “crescimento da Palavra de Deus” (At 6,7; 12,24; 19,20). Em particular, para o apóstolo Paulo, as duas coisas (crescimento e expansão) andavam juntas. Era pela Palavra de Deus que a Igreja seria edificada em ambas as dimensões, tanto a sua expansão quanto o seu fortalecimento. A Igreja se tornara o corpo místico de Cristo[2].

Exercer o ministério para Paulo era “dar pleno cumprimento à palavra de Deus” (Cl 1,25). Em todo o percurso do apóstolo por Damasco, Paulo fora impulsionado a exercer sua ação missionária. O testemunho do Evangelho de Cristo, nada mais é do que a ação de Deus, no agir do apóstolo em missão. A proclamação da Palavra de Deus para Paulo era uma missão que ele recebeu para anunciar aos reis, às autoridades e a todos os homens.

A edificação das comunidades só era realizada devido às convicções de Paulo. Paulo, sendo convicto e determinado, projetou sua vida em função de Evangelizar e de propagar a vida em Cristo.

E interessante ver que, nas cartas que ele escreveu para as igrejas, praticamente, há exortação a elas para que evangelizem. Paulo não precisava exigir, pressionar as Igrejas que ele havia fundado, para se engajarem no trabalho missionário. Aparentemente, era algo que elas faziam normalmente. É verdade que, ocasionalmente, Pauto as convida a se juntarem a ele em seu trabalho de expansão do Reino. Mas este não precisa fazer campanhas especiais para que elas cumprissem com o objetivo principal de promover o Reino de Deus.



[1] Lumen Gentium, 22

[2] “A Igreja é o ‘corpo místico de Cristo’. A palavra não é uma pura metáfora e diz mais que uma união moral: ela põe em valor a unidade da Igreja, não no meio de uma simples autoridade social, mas primeiro em virtude de ‘outro principio interior’ de ordem sobrenatural [...] o Espírito de Deus. O qualificativo místico sublinha esse lugar único, espiritual e intimo, no Espírito Santo, do Cristo com sua Igreja e permite distinguir o corpo eclesial do corpo físico de Cristo nascido de Maria e de seu corpo sacramental ‘escondido sobre os véus eucarísticos” (cf. RIGAL, Jean, L’ecclesiologie de communion, pp. 40).

domingo, 20 de setembro de 2009

2.2 - Edificação como fortalecimento

2.2 - Edificação como fortalecimento
Mas há um outro sentido paralelo, que anda junto com esse sentido de expansão, e que, por vezes, tem sido ignorado, nos nossos planos de fazer a igreja crescer.
Para Paulo, a edificação da Igreja não somente era um avanço numérico , mas era igualmente o fortalecimento daqueles que já haviam nela entrado. É, nesse sentido, que ele usa o termo edificar em Efésios 4,12 “para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do corpo de Cristo”. Para a edificação do corpo de Cristo, o Senhor glorificado concede dons à Igreja para o aperfeiçoamento e desempenho de todos os santos e para quem exerce serviços na mesma. Paulo não menciona o contexto de números, na passagem, mas do fortalecimento e empenho. Essas duas coisas faziam parte em toda a motivação de Paulo, no anúncio da Palavra de Deus. Assim, era entendida a vocação para Paulo: empenho. A edificação das comunidades não era apenas, na expansão, mas despontava em fundamentá-las, edificando-as com fortalecimento.
Em lCorintios 3,5-9, Paulo, em seu trabalho apostólico, ele diz: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus.” Crescimento das comunidades se faz importante, mas é preciso empenho e vontade em seguir a Deus. O crescimento, diz Paulo, vem de Deus. Ao término da terceira viagem missionária, Paulo escreve aos romanos, o apóstolo faz uma retrospectiva do seu trabalho durante aqueles anos: “Não ousarei discorrer sobre causa alguma senão daquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavras e por obras, por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças, até ao I lírico, lenho divulgado o evangelho de Cristo” (Rm 15,18-19).
A Cristo é atribuído o crescimento da Igreja. O poder e a energia são dados ao homem por Deus para que possa edificar uma comunidade propensa em ouvir o anúncio de Deus. Toda a obra missionária tem seu resultado pelas mãos de Deus, e Paulo tinha consciência disso. Tudo começa em Deus e termina n’Ele. No mundo, tem-se a atuação de Deus pela missão, pois é o anúncio do reino é pronunciado àqueles a quem quer participar da obra de Deus.
Paulo tinha a consciência de que a edificação das comunidades era em primeiro uma ação de Deus. O crescimento e o fortalecimento das mesmas só eram possíveis porque Deus estava presente, condicionando e capacitando o homem assim a fazê-lo. Dessa forma Paulo se esforça cada vez mais para “expandir” a obra que não era sua, mas de Deus. O esforço do apóstolo é o resultado de um trabalho árduo, gastou-se de forma sacrifical para edificar a Igreja de Cristo, tanto, na sua expansão como, na sua fundamentação. Dessa forma, vemos a plenitude da ação de Deus, na humanidade, e a responsabilidade da Igreja, no anúncio do Evangelho no mundo.

domingo, 13 de setembro de 2009

2.1 - Edificação como expansão.

2.1 - Edificação como expansão.

É Importante observar como Paulo usa o termo edificação em seus escritos. Enquanto fala de edificação da igreja, Paulo se refere à sua expansão. Isso fica claro em Romanos 15,20 “E me empenhei por anunciar o Evangelho onde ainda não havia sido anunciado o nome de Cristo, pois não queria edificar sobre fundamento lançado por outro”. A intenção do apóstolo é anunciar o Evangelho de Cristo em que ainda não fora ouvido. Dessa forma, a edificação ganha um sentido de expansão e de crescimento na comunidade. A ação concreta da expansão do Evangelho se refletia, na entrada dos gentios, na Igreja de Cristo. A plenitude da ação de Cristo atendendo aos judeus e aos gentios é a realização da grande obra missionária de Paulo[1]. A edificação da Igreja estava se cumprindo com a ação missionária de Paulo, promovendo a expansão da Igreja. Paulo se autoconsidera o “construtor” ao pronunciar aos coríntios, em sua estada, naquela cidade sobre a implantação da Igreja na região: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor, e outro edifica sobre ele” (lCor 3,10). A intenção de Paulo era agir como arquiteto, edificando e lançando fundamentos da Igreja para a sua expansão e, por isso, ele diz:outro edifica sobre ele” (v.l).



[1] Rm 11,23

domingo, 6 de setembro de 2009

2- A edificação da Igreja: chamado de Deus.

2- A edificação da Igreja: chamado de Deus.
A edificação da Igreja é o resultado, na vida de Paulo que foi impulsionada por Deus. Tais considerações podem ser percebidas em seus escritos, pois a linguagem da edificação se encontra presente em quase todos os seus escritos. O conceito de Igreja se encontra em termos tais como: “casa,” o “edifício,” o “templo” de Deus (lTm 3,15; lCor 3,9; Ef 2,33; lCor 3,16; Ef 2,21). O termo edificação e o verbo edificar aparecem regularmente, na medida em que Paulo fala do crescimento da Igreja (lCor 3,10,12; Gl 2,18; Ef 2,22).
A edificação da Igreja é o próprio fundamento em Cristo . (lCor 3,11) O conceito edificação tem seu próprio fundamento, nas palavras do Senhor Jesus, quando disse a Pedro: “... e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16, 1b). As palavras de Cristo foram os fundamentos para que Paulo promovesse a expansão do Evangelho e conseqüentemente a expansão da Igreja. Paulo tinha consciência de que Cristo o havia chamado para ser um instrumento pelo qual essa edificação ocorreria .