3 - Paulo edifica a Igreja proclamando a Boa Nova.
Paulo se convencera que a edificação das comunidades se realizaria devido à proclamação da Boa Nova de Cristo. A organização das comunidades é o fruto do trabalho árduo do anúncio e motivação da Palavra de Deus a todos[1]. A plenitude da obra de Cristo se realiza, na entrada dos gentios no ceio da Igreja.
A proclamação da Palavra de Deus, a Boa Nova é a ocasião de reunir aqueles que estavam dispersos. Os gentios e toda a comunidade se tornam o remanescente fiel de Israel, na promoção de uma comunidade inserida às ações de Deus, na história da humanidade. É descrito, no livro dos Atos dos Apóstolos, o crescimento da Igreja como a multiplicação e a expansão da Palavra, ou ainda, o “crescimento da Palavra de Deus” (At 6,7; 12,24; 19,20). Em particular, para o apóstolo Paulo, as duas coisas (crescimento e expansão) andavam juntas. Era pela Palavra de Deus que a Igreja seria edificada em ambas as dimensões, tanto a sua expansão quanto o seu fortalecimento. A Igreja se tornara o corpo místico de Cristo[2].
Exercer o ministério para Paulo era “dar pleno cumprimento à palavra de Deus” (Cl 1,25). Em todo o percurso do apóstolo por Damasco, Paulo fora impulsionado a exercer sua ação missionária. O testemunho do Evangelho de Cristo, nada mais é do que a ação de Deus, no agir do apóstolo
A edificação das comunidades só era realizada devido às convicções de Paulo. Paulo, sendo convicto e determinado, projetou sua vida em função de Evangelizar e de propagar a vida em Cristo.
E interessante ver que, nas cartas que ele escreveu para as igrejas, praticamente, há exortação a elas para que evangelizem. Paulo não precisava exigir, pressionar as Igrejas que ele havia fundado, para se engajarem no trabalho missionário. Aparentemente, era algo que elas faziam normalmente. É verdade que, ocasionalmente, Pauto as convida a se juntarem a ele em seu trabalho de expansão do Reino. Mas este não precisa fazer campanhas especiais para que elas cumprissem com o objetivo principal de promover o Reino de Deus.
[1] Lumen Gentium, 22
[2] “A Igreja é o ‘corpo místico de Cristo’. A palavra não é uma pura metáfora e diz mais que uma união moral: ela põe em valor a unidade da Igreja, não no meio de uma simples autoridade social, mas primeiro em virtude de ‘outro principio interior’ de ordem sobrenatural [...] o Espírito de Deus. O qualificativo místico sublinha esse lugar único, espiritual e intimo, no Espírito Santo, do Cristo com sua Igreja e permite distinguir o corpo eclesial do corpo físico de Cristo nascido de Maria e de seu corpo sacramental ‘escondido sobre os véus eucarísticos” (cf. RIGAL, Jean, L’ecclesiologie de communion, pp. 40).