Segundo Jean Paul Sartre, a consideração estética é um sonho provocado e a passagem no real é um autentico sonho. As coisas nunca são belas. A beleza é um valor que não se pode aplicar, senão, no que se imaginou, ela comporta a ansiedade do mundo na sua estrutura essencial.
Estas posições assinalam uma oposição entre o mundo dos fatos e o domínio dos valores. Como escreve A. Maurer, a opinião segundo a qual a beleza é subjetiva e as coisas são espantosas é uma herança da filosofia moderna que, desde Kant, proclama que o fundamento de um julgamento sobre a beleza não pode ser senão a sensação de prazer que nos provam quando somos convencidos por uma coisa. Ora, segundo ele uma tal sensação é puramente subjetiva. Nossa experiência das coisas, que nós consideramos belas, esta, portanto, em contradição com estas teorias. Nenhuma delas explica porque uma bela coisa é percebida como objetivamente bela: um por do sol, uma cadeia de montanhas, animais, arvores flores são percebidas como belas em si mesmas. A doutrina do belo de Santo Tomás afirma a característica objetiva da beleza, mas, ela não nega que na percepção do belo, a emoção e o prazer tenham com efeito um lugar, como indicamos mais acima, quando falávamos da ratio subiectiva pulchri.
Neste contexto é oportuno lembrar que a metafísica estuda as coisas que não são feitas pelo homem e não considera os objetos da arte humana enquanto tais. A avaliação da beleza destes produtos pode ser difícil, se o artista quis exprimir certa idéia que não tem senão uma relação afastada com a representação. Os elementos constitutivos da definição da beleza podem não estar todos presentes numa obra de arte. A integridade ou harmonia das partes, por exemplo, é muitas vezes, sacrificada por fazer destacar-se certa idéia e criar uma impressão particular como, por exemplo, o aspecto repulsivo de certos produtos da tecnologia, a extrema pobreza ou o lado cômico ou miserável da vida humana.
ELDERS, L.J., La metaphysique de Saint Thomas d’Aquin. Paris: Vrin, 2008, pp, 159-167
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