4 – A paixão, morte e ressurreição de Cristo
Paulo apresenta o momento decisivo do plano divino da salvação que foi alcançado, na paixão, morte e ressurreição de Cristo. Paulo viu a paixão e morte de Jesus como prelúdio da ressurreição. As três etapas completam “o sentido da cruz” (1Cor 1,18), pois foi o “Senhor da Glória” que foi crucificado (1Cor 2,8). A ressurreição de Cristo (Kyrios) foi uma vitória sobre todas as coisas mesmo sendo humilhado e sujeito aos poderes da terra[1]. (Fl 2,10-11). “Aquele que morreu” é o mesmo “que ressuscitou” (Rm 8,34 “Quem os condenará? Cristo Jesus, que morreu, ou melhor, que ressuscitou que está à mão direita de Deus, é quem intercede por nós!”). A obediência de Cristo se procede mais evidentemente, nas últimas etapas: paixão, morte e ressurreição (Rm 5,19), e é nessa obediência, que Jesus se manifesta mais como “Filho”. Muitas vezes, Paulo descreve a redenção do homem como iniciativa gratuita do Pai, o qual ama o homem apesar do pecado, mas sempre deixa clara a cooperação de Cristo, livre e amorosa, na execução do plano do Pai (Ef 5,2 “Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor”). Foi “nosso Senhor, Jesus Cristo, que se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, a fim de nos subtrair ao mundo maligno em que vivemos” (Gl 1,4).
[1] “Só a ressurreição de Jesus deixa manifesto aos crentes que Deus admite sua divindade justamente na paixão, na extrema derrota e impotência deste homem. A paixão dá a conhecer quem é este Crucificado e quem é este Deus nele”. (cf. Hans KESSLER, La resurreccion de Jesus. pp. 263-264).