domingo, 7 de junho de 2009

3 - O pecado

3 - O pecado
Os homens, já como pecadores, antes de Cristo, faziam esforços para viverem, na justiça. Mas devido ao pecado, jamais conseguiam alcançar a graça que lhes estava reservado . É severa a acusação de Paulo à impiedade e à malícia dos gentios a qual recusava a verdade em suas próprias vidas . No pensamento de Paulo, o homem não conhecendo a Deus se rende ao pecado, sendo submisso à escravidão do mesmo. “Quando não conhecíeis a Deus, vós éreis escravos dos deuses, que, por sua natureza, não são deuses. Agora como é que podeis voltar outra vez a estes débeis e mesquinhos elementos?” (Gl 4,8-9). Esse estado de servidão não lhes permitiu reconhecer a degradação da própria conduta (1Cor 6,9-11

“Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus. Ao menos, alguns de vós têm sido isso. Mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus”.


A acusação de Paulo contra os judeus é consistente, pelo fato de se gloriarem da posse da Lei mosaica, como manifestação expressa da vontade de Javé e, no entanto, não a observarem. Nem a circuncisão nem os oráculos da salvação poderão libertá-los da ira divina (Rm 2,1-3:8

“Assim, és inescusável, ó homem, quem quer que sejas que te arvoras em juiz. Naquilo que julgas a outrem, a ti mesmo te condenas; pois tu, que julgas, fazes as mesmas coisas que eles. Ora, sabemos que o juízo de Deus contra aqueles que fazem tais coisas corresponde à verdade. Tu, ó homem, que julgas os que praticam tais coisas, mas as cometem também, pensas que escaparás ao juízo de Deus?”.


Sem o Evangelho, toda a raça humana, “judeus e gentios estão todos sob o império do pecado” (Rm 3,9), encontrando-se todos, numa condição de hostilidade para com Deus , sem o honrar e servir , sem venerar o nome divino . Sua condição é de desconhecidos de Deus e de servos de satã , uma espécie de “morte ”.
O homem, pecando, comete transgressões , faltas e pecados . Mas o pecado é uma influência ativa e má, na vida do homem, penetrando toda a sua história. Pecado e morte são personificados por Paulo, são atores, no palco da história do homem. O pecado foi introduzido, na história da humanidade, pela transgressão de Adão e trouxe a morte como conseqüência (em sentido total: morte física que leva à morte espiritual).
Paulo atribui a morte a uma herança, ao pecado de Adão . Paulo fala da morte total, a qual inclui, a morte física. A relação entre a morte e Adão é explicada, em Rm 5,12, em que a morte de todos é atribuída ao pecado de Adão. “Como por um só homem entrou o pecado, no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. Assim, Paulo atribui a Adão não somente a morte total, a qual afeta todos os homens, mas o pecado o qual também afeta todos os homens, independentemente de transgressões pessoais. E o contexto ainda se torna mais claro com os versículos 13 e seguintes e, sobretudo com o 19: “...assim como pela desobediência de um só homem todos foram constituídos pecadores, assim também, pela obediência de um só, todos serão constituídos justos”. O contraste entre, Cristo e Adão, já afirmaria que a condição de pecado de todos os homens é devido a Adão, independentemente dos pecados pessoais, os quais também levam à morte, da mesma forma que a condição de justiça é devida a Cristo somente.

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