domingo, 21 de junho de 2009

3.2 – Maria, Nova Eva .

3.2 – Maria, Nova Eva .
Criados à imagem de Deus, para partilharem, como filhos, a intimidade do próprio Deus, o homem e a mulher afastam-se desse ideal, atraídos por uma imagem de uma felicidade mais fácil e mais imediata. Podemos perceber o papel da mulher nessa relação, no processo de redenção de toda a humanidade. O pecado de Adão e Eva constitui a grande humilhação para a humanidade. Por isso, a humanidade passa a estar, no centro de todo o sofrer, e, na busca incessante de um retorno a Deus.
Depois do seu pecado e de sua condenação à morte, Adão deu à mulher “tirada do homem” e “feita por Deus”, segundo Gn 2,22, um nome carregado de esperança. O homem e a mulher se completam. A complementaridade do homem e da mulher é o reflexo da comunhão com o próprio criador. Dessa forma, o anjo teve inveja dessa amizade entre a humanidade e Deus. Com corrupção e falsidade, o anjo mensageiro enganou, miseravelmente, Eva que se deixou seduzir e foi levada a desobedecer às vontades de Deus. A serpente queria corromper a comunhão com Deus. Eva, seguindo o conselho da serpente, foi incrédula, desobedecendo a Deus (2Cor 11,3 “Mas temo que, como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim se corrompam os vossos pensamentos e se apartem da sinceridade para com Cristo”). Devido à desobediência e à incredulidade de Adão e Eva, tiveram a morte como preço à transgressão cometida. O demônio queria introduzir a inimizade entre Deus e o gênero humano. Deus disse à serpente: “Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta te esmagará a cabeça e tu a atingirás no calcanhar”. De fato, a criação foi desviada e o homem perdeu a intimidade com seu criador. O pecado entrou, no mundo, devido à desobediência de Adão e Eva.
É propriamente, nesse contexto, que a Nova Aliança em Cristo, Maria tem seu papel, no plano salvífico em paralelo com Eva (Gl 4,4 “Mas quando veio à plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei”). É neste paralelo, que de fato se exprime a economia da salvação . Eva foi associada de modo único a Adão, o primeiro modelo, e Maria foi posta, ela também de modo único e insubstituível ao lado de Cristo, figura daquele que devia vir. Tal é o pensamento de São Paulo, mostrando a superioridade de Cristo. Tal consideração coloca Maria em ênfase depois do Novo Adão, obtém toda a comparação possível com Eva. Maria a Eva deve ser entendida, numa missão da mesma forma que Cristo com relação a Adão. Eva e Maria são sempre apresentadas, uma no momento da tentação da serpente, e outra na anunciação.
Maria opõe sua obediência por sua fé, na palavra da verdade à desobediência e incredulidade de Eva . Assim, por sua desobediência, Eva torna-se causa de morte para ela mesma e para todo o gênero humano, da mesma forma, Maria torna-se causa de salvação para ela mesma e para todo o gênero humano, depois de Cristo Novo Adão. Por seus atos, parece claramente que Eva se apresenta como antípoda de Maria, da mesma maneira que Adão se apresenta como a antípoda de Cristo. Pela pessoa de Cristo, o Redentor de toda a humanidade , e pela livre obediência à Palavra de Deus, Maria torna-se a advogada de Eva e conseqüentemente de toda a humanidade .

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