6.3 - Libertação gloriosa
Para a atribuição do efeito salvífico de Cristo, considera-se a liberdade como uma atividade de redenção do homem. A expressão “redenção” refere-se à idéia de libertação, alforria de pessoas que se encontram cativas ou presas[1]. No Antigo Testamento, o “Redentor” faz alusão à libertação de o povo de Israel do Egito, e conseqüentemente, a travessia do mar vermelho. Outra consideração é o fato do povo de Israel também ter sido liberto do cativeiro da Babilônia. Dessa forma, o termo redenção, no Antigo Testamento, tem mais um aspecto de “libertação” do que uma referência de “resgate”. Javé não apenas libertou o povo eleito, mas também o acolheu como seu povo, pela aliança do Sinai[2]. Da mesma forma Cristo, se oferece pela libertação dos homens para que os homens possam ser o “seu povo”. Paulo não utiliza o termo “Cristo redentor”, mas sim, “Cristo é a nossa redenção”, levando em consideração de que o termo “redenção”, para Paulo, não tem a designação de resgate, mas sim de libertação. A libertação refere-se à rejeição, ao afastamento do pecado por parte do homem. Cristo, promovendo a libertação do homem, transmite a realidade do “já” e o “ainda não” em seu sentido escatológico. O homem se encontra liberto, mas espera a “redenção” de seu corpo. De qualquer forma, a liberdade promovida por Cristo é a liberdade da Lei, da morte e do pecado. Libertos da Lei, tem-se Cristo como Senhor. A caridade e o amor são a plenificação da vontade de Deus.
[1] “Paulo fala claramente em 1Cor 7,23, aconselhando a escravos e livres a não procurarem mudar de estado social, pois este já não lhe interessa, uma vez que “fostes comprados a elevado preço” e se tornaram escravos de Cristo ou libertados do Senhor”. (cf. FITZMYER, Joseph. Linhas Fundamentais da Teologia Paulina, pp. 89).
[2] cf. Ex. 6,6-7;15,16;19,5
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