domingo, 21 de dezembro de 2008

Doze misticos cristãos - Parte I

São Paulo

Paulo é considerado um místico, apesar de muitos estudiosos observarem a teologia paulina apenas num contexto cientifico-teológico. O misticismo paulino não é acentuado devido a grande procura pela teologia paulina ofuscada atrás de seus textos. Paulo é considerado um místico, pois rende-se a pessoa de Cristo. Da conversão de Paulo tem-se a grande resposta pela fé em Jesus Cristo. A fé é a adesão, a aceitação deste Deus que se faz presença na humanidade. O amor de Deus é refletido no interior de cada pessoa. Assim, cada pessoa tem o amor de Deus em seu interior e o transmite na comunidade. O amor une, vivifica, promove a comunhão. Por fim, a esperança é a condição pela qual o homem transcende este amor a Deus, busca-se a Deus. Jesus retornará. E isso ocorrerá porque em Deus tem o amor. A esperança é a ocasião de vida em abundancia em Cristo. É a total comunhão dos homens para com Deus no momento da parusia.


São Gregório de Nissa

São Gregório de Nissa faz uma interpretação de sua mística pela obra Cântico dos Cânticos. Neste livro tem-se a ressalva aos valores da humanidade: o homem com seus desejos e amores recíprocos. A reciprocidade de cada um reflete numa união entre duas pessoas. Gregório de Nissa usa esta união para apresentar uma união da humanidade para com Deus. O homem em si sempre está em busca de Deus, contemplar a Deus. Deus é considerado para Gregório de Nissa como uma beleza, aquilo que é belo. Desta forma tem uma beleza ferida, pois, não é fácil contemplar o que se procura. Outro aspecto da mística de Gregório de Nissa é a figura de Moisés. Moisés foi aquele que despiu seus pés para estar na presença do sagrado na sarça ardente. A imagem da purificação é muito acentuada para São Gregório. Assim, se tem a imagem do dilúvio e do mar vermelho. Não obstante, para que se possa conhecer a Deus o homem teria de passar primeiramente pelas trevas, pois, Moises via Deus nas trevas. Com efeito, o homem tenderia em muito de buscar a Deus, ter o desejo de aproximar-se de Deus. O desejo do bem aproxima cada vez mais do bem. Seguir a Deus é ter uma vida virtuosa. Moises foi considerado servo de Deus por seguir a Deus. A noite é mais visível que o invisível.

Santo Agostinho

Para Santo Agostinho o homem tem o conhecimento por si mesmo da alma. A alma é o máximo daquilo que o homem poderia conhecer, é o limite humano. Eis, o questionamento de Santo Agostinho: Quem sou eu meu Deus? No interior do ser humano existe um mistério, uma inquietação. Isso procede porque Deus já se encontra no interior de cada pessoa e por isso o homem tende a querer estar na presença de Deus.
O mistério dentro de si leva o homem à ascensão por Deus. O mistério de Deus deixa a alma inquieta. A inquietação conduz o homem ao desejo de ser feliz: a busca pela felicidade. A limitação humana impede de ter á plenitude da felicidade. Deus é a fonte da felicidade. É por isso que o homem tende para a felicidade. Uma das circunstancias pelas quais, o homem tem dificuldade de se aproximar de Deus, é o pecado. O pecado não é da natureza humana, mas é uma condição do querer do homem em querer estar ou não com Deus. Assim, a liberdade é o consentimento do homem em querer abdicar o pecado para estar com Deus.




Referência Bibliográfica

VELASCO, Juan Martin. Doze Místicos Cristãos. Petrópolis: Vozes, 2003, pp. 11-46.

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