A ressurreição dos mortos tem seu fundamento nos textos de Os 6,3 (ele virá como a aurora) e de Ez 37,1-14 (ossos ressequidos, sopro do espírito). O texto dos salmos em especial o salmo 73 (tu me levarás a tua glória) também é referência à ressurreição dos mortos, apesar de não deixar explícito o termo propriamente dito. Os textos citados fazem alusão a uma experiência pessoal de vida como uma exaltação a experiência de Deus, assim como a de Elias e Eliseu em que foram arrebatados a Deus (experiência de Deus). A menção a ressurreição dos mortos se evidencia após o séc. II a. C. quando é citado termos em Dn 12, 1-3 (muitos que dormem no solo poeirento despertarão, estes para a vida eterna), 2Mb 7, 28 (aquele que faz o homem a partir do nada será capaz de chamá-los a vida) e Sb 3, 1-4 (mesmo que os homens tenham sido castigados sua esperança era plena de imortalidade). O problema central surge quando em Israel passa-se a ter um processo de helenização por Antíoco IV Epifânio. A cultura grega insere-se o ambiente semítico e, assim, a imortalidade (separação do corpo – corrupção e da alma – perfeição se mesclam com o ideal de ressurreição. A ressurreição não é imortalidade da alma. O primeiro diz respeito à glória em Deus de corpo e alma, enquanto que no segundo se depara com a separação da corrupção com a perfeição. A esperança na ressurreição, o próprio Deus já enfatizava quando dizia que era o Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Deus, não é um Deus dos mortos, mas dos vivos. Jesus também enfatiza a ressurreição quando ressuscita Lázaro, o mesmo acontece quando na cruz pronuncia para o bom ladrão que estarás também no paraíso. A ressurreição de Jesus não é justamente a realização da promessa, mas sim, a garantia da promessa feita. “Ó morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está teu aguilhão?... Rendamos graça a Deus que nos dá a vitória por Nosso Senhor Jesus Cristo” (1Cor 15, 55-57).
Referência
BONY, P., A Ressurreição de Jesus. São Paulo: Loyola, 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário