Aristóteles associou a si o belo ao divino, isto é, o que é o mais perfeito. Ele descreve o belo como o que é agradável e o que é desejável em si. Assim, sua descrição engloba o que é bonito do ponto de vista estético assim como a beleza do agir moral. Ele cita como atributos da beleza: a ordem, a simetria e a delimitação, mas também o tamanho (uma coisa muito pequena não pode ser considerada bela).
No pensamento neo-platônico o belo ocupa um lugar central. Plotino escreve que o belo é principalmente ordenado no sentido da visão, mas que certo tipo de beleza está ordenado no sentido da audição. Procurando quais são os fatores que tomam as formas materiais tão refinadas e os sons mais suaves, ele faz notar que a causa disso não é tanto a simetria, senão uma participação no ideal da beleza. A cada vez que a alma encontra o que parece a esta forma ideal, um tremor e um reconhecimento a transita. O tratado conclui pelo exortação seguinte: toda pessoa que deseja ver Deus e a Beleza deve primeiro tornar-se ela mesma como Deus e a Beleza. “Assim, em sua viagem nos céus, a alma alcançará primeiro no principio inteligente e ela verá todas as belas idéias presente neste ser tão nobre e ela proclamará que isto é a Beleza e que os Ideais são da Beleza. Porque graças a sua ação que toda a beleza, em que ela seja, alcance a existência... o que se encontre acima e abaixo do Princípio inteligente é, para nós, a natureza do Bem que irradia o Belo pelo exterior. Se nós considerarmos, por conseqüência, o mundo dos objetos inteligíveis como sendo um, o belo vem em primeiro; se fizermos uma distinção aqui, então o mundo das Idéias e da Beleza do que pode ser conhecido intelectualmente, e o Bem que se encontra acima, é muitas vezes a fonte e o princípio da beleza. O primeiro Bem, e o primeiro Belo tem sua residência: o lugar onde se encontra a Beleza, está sempre acima”. A Beleza reside também no comportamento moral e na atividade intelectual. Ela não pode existir sem o Ser, passível que o ser não possa existir sem a Beleza. A cada vez que a Beleza abandona o Ser, este último perde alguma coisa de sua essência. O Ser é desejável porque ele é idêntico à Beleza; a Beleza é amada porque ela é o Ser. Afim de existir, o Ser deve, de uma maneira ou de outra, participar na Beleza.
ELDERS, L.J., La metaphysique de Saint Thomas d’Aquin. Paris: Vrin, 2008, pp, 159-167
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