6.3 – Igreja corpo de Cristo.
Para o conceito de unidade, Paulo afirma a unidade da Igreja a partir da eucaristia. A ceia eucarística é a realização da comunhão com Cristo. O corpo formado por vários membros realiza a comunhão existente que se reflete nos carismas que cada um pode contribuir para o desenvolvimento da comunidade[1]. Na ceia eucarística, todos participam do corpo de Cristo. A partilha existente projeta o cunho moral e fraterno que irá enraizar toda a ação humana na Igreja[2].
Viver a comunhão pela eucaristia é o consentimento em uma imitação de Cristo. O discípulo se rende em “ser” senão semelhante ao mestre[3]. A vivência em Cristo é aceitar o plano de Deus sobre a humanidade. A humanidade pode regozijar-se em ser filhos de Deus, compartilhando entre si como irmãos
Viver em Cristo é estar em comunhão com Ele e projetar essa vivência na comunidade. O corpo de Cristo reflete, na comunhão espiritual que faz com que a comunidade progrida e se desenvolva. A entrega de cada um ao progresso da comunidade faz alusão a Cristo que se entregou pela salvação da humanidade[5].
A mística, ou seja, a relação íntima com Deus é viver Cristo ressuscitado e refletir com os dons e carismas na comunidade[6]. É pelo Espírito que todos podem ter uma intimidade com Deus. Paulo foi um grande místico e com os dons que se recebe do Espírito cada um pode ter uma relação próxima com Deus. Os dons do Espírito, os carismas é a experiência que cada pessoa tem da relação íntima com Deus. Portanto, a vida em comunidade, ser membro do corpo de Cristo é viver os dons e carisma na Igreja. Isso é a mística que se procede de uma relação de amor com o próprio Deus[7].
[1] 1Cor 10,17; Lumen Gentium, 17
[2] “Cristo é o Cristo da ceia, que pelo pão convertido em seu corpo, da participação em seu corpo a todo cristão que o come como um membro participa no corpo”. (cf. Lucien CERFAUX, Itinerário espiritual de san Pablo, pp. 121-122).
[3] Rm 14,7-9
[4] Rm 8, 26-30
[5] Gl 2,20
[6] cf. Lucien CERFAUX, Itinerário espiritual de san Pablo, pp. 123.
[7] “O corpo de Cristo é, objetivamente, uma interpretação aprofundada do estar
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