domingo, 4 de janeiro de 2009

Doze místicos cristãos - Parte III

São Tomás de Aquino

Para São Tomás de Aquino toda a humanidade espera em Deus, o fim ultimo da humanidade é Deus. Deus torna-se o fim absoluto de todo o homem. A sociedade se desenvolve e os conventos se estabelecem nas cidades. Desta forma os monges podem se aproximar cada vez mais das pessoas e consequentemente da civilização. Dentro deste contesto os monges adotam o carisma da fraternidade. A ajuda aos outros é o reflexo do amor de Deus que se manifesta na história da humanidade. A contemplação, por sua vez, impulsiona a fraternidade. É somente pela contemplação que a humanidade pode se aproximar das vontades de Deus e ser solidários na ajuda ao próximo. O homem para São Tomas de Aquino tende a teologia da sabedoria, isto é, o sábio de Deus. Ser sábio é buscar pela verdade e, a verdade nada mais é do que Deus revelado na pessoa de Cristo. Conhecer a verdade é conhecer a Cristo e testemunhar a ação divina na comunidade. Este testemunhar conduz ação de conhecer a Deus pela palavra de Deus. A escritura é o alicerce da fé cristã. A proclamação da palavra é o testemunho de fé do cristão que revela este Deus amoroso. Mas o que responde este amor do homem para com Deus? A inteligência e a vontade humana ou a fé e o amor? Evidentemente que o homem com a sua inteligência busca o amor de Deus. Tem-se o consentimento às vontades de Deus À fé e o amor de Deus. Mas, para que se tenha o consentimento, o homem terá de ter uma vida contemplativa, de oração para que cada vez mais possa se aproximar de Deus e do próximo.



Santo Inácio de Loiola

Segundo Rahner, a intenção de Inácio pela Companhia fundada era de “ajudar as almas”. A mística de Sto. Inácio se encontra relatada nas obras: peregrino e exercícios espirituais. O ser humano tem um caminho para aproximar-se de Deus. O fundamento deste caminho é Deus. Deus é o principio e fundamento do ser humano. As respostas do homem e suas necessidades têm como alicerce o próprio Cristo. A mística de Santo Inácio tem seu inicio pela vida dos santos, assim, começa sua vida religiosa. De princípio tem a idéia de ser cartuxo, percebe que para a vida requer mudanças, aponta a necessidade de conversão, o desprendimento de bens, uma peregrinação ao Senhor, devoção a Maria e penitência. O ápice da mística de Inácio é a paz interior, grises na vida e os dons recebidos. Este processo é uma purificação ao Senhor. A mística de Santo Inácio conduz a pessoa a ver a transfiguração do mundo, o despertar de um sonho, fazendo a experiência de Deus. A experiência de Deus é o conhecimento interior que adere às vontades de Deus. Experiências de Deus são cinco: Santíssima Trindade, criação do mundo (natureza), eucaristia, humanidade de Jesus, entendimento pela fé e pelas coisas (ilustração, iluminado, luz que permite ver, a fé permite ver a obra da criação). Assim, as experiências conduzem a Deus pela contemplação.


Santa Teresa

Mística de grande repercussão e aprofundamento na contemplação no Senhor. Afirma as três mercês com o fundamento de sua mística: união, graça e testemunho. Por ocasião da morte da mãe Santa Teresa passa a mora num convento de agostinianas. Tem-se então sua conversão e uma experiência de Deus. A experiência de Deus se realiza na natureza. O homem esta apto a conceber este Deus que se encontra na natureza. Santa Teresa aponta uma vida de contemplação, tendo como lema: “faça-se sua vontade”. Evidentemente que para uma vida de contemplação existem algumas determinações: tais determinações iniciam a vida de oração. Oração trata de amizade com aqueles que sabemos quem nos ama. A essência da oração é por em ação o amor de Deus. Este amor de Deus é revelado pela pessoa de Cristo encarnado. O mistério de Deus é comunicado em Cristo. Desta forma, a pessoa pode graus da oração: água tirada com esforço (dificuldades), do poço quietude (empenho), fonte de um rio inunda (graça superabundante de Deus), chover união (Deus de comunhão). A água é retratada na pessoa de Jesus. Assim, a intenção da oração é uma resposta ao amor de Deus.


VELASCO, Juan Martin. Doze Místicos Cristãos. Petrópolis: Vozes, 2003, pp. 87-132.

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